Razão e Emoção no Ambiente de Trabalho
Maria Luisa Wey*
Muitas vezes é necessário exercermos a arte de transformar a emoção em razão e a razão em emoção no ambiente de trabalho.
Apesar de, atualmente, a necessidade de manter bons relacionamentos com as pessoas e criar uma rede de contatos ser essencial para toda e qualquer posição, em posições de liderança tal necessidade é imprescindível.
Para muitos, gerar e manter bons relacionamentos é tarefa natural, inerente à sua índole e personalidade. Mas para uma parcela significativa dos que aspiram ou até mesmo ocupam posições de liderança, o mesmo não se dá.
As razões pelas quais isto ocorre podem ser diversas e não é nosso objetivo pesquisá-las agora. O fato é que, mesmo quando tomam consciência da necessidade de gerar e desenvolver no dia-a-dia bons relacionamentos no ambiente de trabalho, talvez em virtude do excesso de tarefas e falta de tempo, não raro esta função fica relegada a segundo plano, o que invariavelmente termina por levar justamente à situação que eles mais querem evitar: aumento dos prazos de entrega das tarefas e diminuição de sua autoridade como lideres.
Estas pessoas (vamos chamá-las de ) mais “racionais” (não que os emotivos não o sejam!), inconscientemente tendem a não relacionar as atividades ditas “sociais” aos resultados do trabalho.
Ainda que tomem consciência desta relação, para que seus esforços sejam produtivos, é essencial que aprendam a arte de transformar a emoção em razão e a razão em emoção nas situações de interação social no ambiente de trabalho.
Por mais que hoje em dia o mal e atitudes negativas “triunfem” nos meios de comunicação em massa (seja em novelas, livros,etc...), assim como as plantas buscam ao sol o ser humano essencialmente busca o que considera bom.
Obviamente o que uns consideram “bom” pode não ser bom para outros. Não entraremos nesta questão.
Mas a maneira mais eficaz de pessoas mais racionais fazerem um “bom trabalho” em se tratando de gerar e manter bons relacionamentos e exercer uma liderança eficaz, é adotas os princípios da já tão falada “liderança servidora”.
Antes de aplicar, interiorizar estes princípios para que se tornem guias de conduta não somente no trabalho, mas na vida.
Um bom conselho é argumentar consigo mesmo que deste modo está atendendo às necessidades dos que lideram, e também, paradoxalmente, atendendo suas próprias necessidades não identificadas.
Bons relacionamentos dão trabalho, sim e necessitam tempo e muita paciência para serem desenvolvidos, mas os resultados surgem de modo impressionante, quando menos se espera, de onde menos se espera.
Seja o garçom que nos atende no restaurante, seja o porteiro do prédio, lembremo-nos sempre dos princípios acima.
Mesmo que não nos demos conta num primeiro momento, nossa ascensão profissional, humana e também nossa auto-estima agradecem!
*Maria Luisa Wey é formada em Lingüística e Português pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Gestão de Recursos Humanos e Relações Industriais (University of Hertfordshire Reino Unido, 12/2003), certificada pelo CIPD.